BEATRIZ UQ


O CICLO DA INSATISFAÇÃO E A BELEZA DO ORDINÁRIO

Você já percebeu como a gente nunca acha que é o bastante? Parece que estamos sempre correndo atrás de algo maior, melhor, mais brilhante. E sabe o que é louco? Muitas vezes nem é porque a gente realmente precisa daquilo, mas porque olhamos ao lado e pensamos: “Nossa, eu também deveria ter isso”. Aí, pronto. Caímos no ciclo das comparações.

Isso acontece porque, lá no fundo, nosso olhar foi treinado para medir tudo com a régua dos outros. Tipo quando você vê aquela pessoa postando fotos de uma viagem dos sonhos e, de repente, sua rotina parece pequena, sem graça. Mas, olha só, o problema não é o que você tem ou deixa de ter. O problema é o quanto a gente se desconecta do agora tentando correr atrás de algo que nem sabe se realmente quer, sabe?

E, enquanto isso, as pequenas coisas — aquelas que fazem a vida ter sentido de verdade — passam despercebidas. Já reparou no cheiro do café logo cedo? Ou na sensação boa de ouvir sua música favorita enquanto lava a louça? São esses momentos que deveriam importar mais, mas a gente ignora porque está sempre esperando pela próxima coisa grande e “extraordinária”.

O que quero te dizer é que não precisa ser assim. Não tem problema sonhar alto, querer mais — mas também não esquece de olhar pro agora, sabe? Que tal, por exemplo, todo dia anotar três coisinhas simples que te fizeram sorrir? Tipo aquele abraço apertado, a comida que saiu do jeitinho que você gosta ou até a risada espontânea de alguém no elevador. Parece bobo, mas ajuda a gente a lembrar que a felicidade não mora no futuro — ela está aqui, no presente, esperando pra ser notada.

Então, da próxima vez que bater aquela insatisfação, pergunta pra você mesmo: “Isso é algo que eu realmente quero ou é só o peso da comparação falando mais alto?”. A vida não precisa ser um show constante, sabe? Muitas vezes, ela é suficiente do jeitinho que é. E, se você parar pra olhar, talvez perceba que o suficiente já está bem aqui, ao seu redor.

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BEATRIZ UQ.

Tenho 30 anos (aquariana), nasci em Brasília, mas foi em Fortaleza que decidi recomeçar minha vida depois de tantas mudanças. Sou psicóloga clínica e encontrei na escrita o meu jeito de respirar e me organizar internamente.

Aqui compartilho reflexões, poemas e fragmentos que atravessam temas como amor, solidão, deslocamento e pertencimento. Escrevo porque acredito que quando damos clareza ao que sentimos, deixamos de ser reféns de nós mesmos.


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